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terça-feira, 15 de abril de 2014

NOSSA HISTÓRIA: João Batista Machado e o Forró da Otília

João Batista Machado - a História Viva de Codó
João Batista Machado – a História Viva de Codó
O livro O IMAGINÁRIO CODOENSE, do célebre escritor codoense, João Batista Machado, é uma leitura sempre pronta para surpreender e encantar.
Ontem (14) voltando às suas páginas, interessei-me  pela historia do FORRÓ DA OTÍLIA, o mais famoso destas terras na década de 1930 (imagino que seu auge) e anos seguintes. Pelo que conta o escritor a proprietária chamava-se  Otília  Maria da Conceição , natural de Barra do Maratoan, Estado do Piauí.
Chegou à Codó ainda menina para morar na localidade Quebra-anzol, zona rural, e, crescendo, vendia bolos de milho, tapioca e macaxeira na cidade. Na zona urbana teve a ideia de montar um negócio, eis que nasce anos depois o Forró da Otília.
“Codó, desprovido de boates e de casas noturnas, sugeria aos coronéis a procurarem repousou no Forró da Otília para discutirem os grandes problemas nacionais, acompanhados, é claro, de belas mulheres, lubrificadas por vinhos e de outras bebidas alcoólicas. Os jovens entravam de mansinho, timidamente desconfiados, receosos de encontrarem os seus pais. Otília, cheia  de manhas, astuciosa, conhecedora do estado psico dos imberbes, recebia-os com ternura e os iniciava nas fantasias da adolescência. Apresentava-os às meninas para diverti-los. Estavam em boa companhia”, descreve João Batista Machado
PUNIDOS PELO PREFEITO
Em 1936 houve um fato que entrou para a história porque o prefeito da época, Elias Araujo, teria baixado uma portaria, de número 052, de 05 de novembro daquele ano, punindo com demissão e suspensão os guardas municipais Valdivino Alves e Francisco Lopes Pereira por baderna dentro do Forró mais famoso do momento. Eles, embriagados, atiraram dentro do local de amor e festa.  Os fatos foram apurados por sindicância e comprovados.
“Resolve a bem da disciplina demitir o guarda municipal Valdivino Alves e suspender por oito dias, a partir da data desta portaria, o guarda municipal Francisco Lopes  Pereira. Cumpra-se e dê-se sciência aos interessados”, dizia a portaria de 1936
Otília, uma senhora negra de um metro e oitenta, era casada com seu ZÉ (José de Sousa Lima) que dava segurança ao lugar.
Esta histórica empreendedora, que buscava belas mulheres  em Pernambuco e no Ceará, morreu aos 84anos de idade, no ano de 1984, já sem seu empreendimento e sob os cuidados de uma amiga, a senhora Maria da Conceição Moraes, dona Coquinha.
Otília é gente que fez a nossa história.

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