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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Treze mortes já foram registradas em unidades prisionais do Maranhão em 2014

O assassinato do detento André Walber Costa Mendes, de 25 anos, que teve o corpo encontrado, na noitedesta segunda-feira (14), em uma das celas do Centro de Detenção Provisória (CDP), em Pedrinhas, só engrossa a terrível estatística da crise do Sistema Prisional do Maranhão.

Somente em 2013, 60 presos foram assassinados dentro de unidades prisionais, sendo uma média de cinco internos massacrados por mês.

Esta dura realidade pode voltar à tona, pois em apenas quatro meses, já foram registradas 13 mortes em presídios maranhenses, com média de 3,25, muito próxima a de 2013.

André foi o sétimo preso morto no Complexo de Pedrinhas, que é formado pelos presídios de Pedrinhas, São Luís I, São Luís II, Centro de Detenção Provisória (CDP), Central de Custódias de Presos de Justiça de Pedrinhas (CCPJ) e Casa de Detenção (Cadet).

No último fim de semana foram mortos mais dois: Wesley Sousa Pereira, de 24 anos, e João Altair Oliveira Silva, de 18, ambos assassinados na CCPJ de Pedrinhas.
No mês de março também foram mais dois: Pedro Elias Martins Viegas, de 30 anos, morto espancado, no CDP de Pedrinhas, e Djalma de Sousa Teles Junior, de 21 anos, que perdeu a vida após levar um choque elétrico quando tentava fugir da Unidade Prisional de Ressocialização (UPR) Olho d'Água.

Na quarta-feira (26) de fevereiro, João Francisco Diniz Pereira, foi encontrado enforcado, na cela 4 do pavilhão externo da Central de Custódia Preso de Justiça (CCPJ) do Anil.

No dia 21 de janeiro, o preso Jó de Sousa Nojosa foi encontrado enforcado, no bloco D da ala considerada a mais violenta do Presídio Pedrinhas.

Santa Inês 
Em 22 de janeiro, o interno Cledeílson de Jesus Cunha, de 37 anos, foi encontrado com a cabeça dentro de um balde de lixo. Ele foi um dos presos transferidos da Casa de Detenção (Cadet) de Pedrinhas, em outubro do ano passado, quando a Cadet foi depredada durante rebelião que resultou na morte de nove detentos e 20 feridos.

Balsas 

Já no dia 29 de janeiro, um detento da Unidade Prisional de Ressocialização de Balsas, que teria sido espancado dentro da cela, morreu em Imperatriz. O caso está sendo investigado pela polícia civil de Balsas, que já identificou três suspeitos de cometer o crime.

Valdiano Fernandes da Silva, 27 anos, foi preso em Fortaleza dos Nogueiras, depois de ter assaltado uma pessoa. O preso espancado foi socorrido pelo Samu em Balsas e levado para o hospital municipal de Imperatriz em estado grave. 

Itapecuru 
Joelson da Silva Moreira também morreu depois de ser agredido por colegas de cela na Delegacia Regional de Itapecuru Mirim, o caso foi registrado no dia 12 de fevereiro, mas a agressão aconteceu no dia 7.

O preso foi trazido para São Luís e estava internado no Hospital Clementino Moura, o Socorrão II. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

Timon 
No dia 23 de março Antônio André de Sousa Santana foi encontrado morto dentro de uma cela do Presídio Jorge Vieira, no município de Timon. De acordo com informações da polícia, o principal suspeito de ter cometido o crime é o colega de cela da vítima. O caso foi registrado na delegacia do 3º Distrito Policial da cidade. 

Crise no presídio
Após violentas rebeliões no final de 2013 e, integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Senado visitaram o Complexo Penitenciário no mês de janeiro. A presidente da comissão Ana Rita (PT-ES) apresentou no dia 14 de março um relatório da visita, que defendeu a realização de concursos para defensores públicos no estado a fim de atenuar um dos principais problemas constatados durante a diligência: a superlotação e o convívio de presos provisórios com detentos já condenados.

O déficit de vagas nas unidades prisionais e nas delegacias do Maranhão, segundo dados apresentados no relatório, é de 2.554 vagas; 70% dos funcionários que trabalham com os presos são terceirizados. Além da contratação de mais agentes, a comissão defendeu a realização de mutirões carcerários com auxílio de outros estados.

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