No estudo, o Facebook manipulou o algoritmo usado para distribuir os posts no feed de notícias dos usuários para verificar como isso afetava o seu humor |
O Gabinete do Comissário de Informação, o organismo britânico independente de supervisão, declarou que estava investigando o caso. "Estamos cientes deste assunto e falaremos com o Facebook, além de nos coordenarmos com a autoridade de proteção de dados irlandesa, para saber mais sobre suas circunstâncias", declarou à AFP um porta-voz.
A sede europeia do Facebook fica em Dublin. O Facebook declarou que estava disposto a responder e colaborar. "Está claro que o estudo incomodou as pessoas e assumimos a responsabilidade", declarou um porta-voz do Facebook à AFP em uma mensagem.
"Queremos fazer melhor no futuro e estamos melhorando nossos procedimentos baseando-nos nestes comentários" dos clientes, disse. "O estudo foi feito com a proteção adequada da informação das pessoas e estamos dispostos a responder a qualquer pergunta dos reguladores", concluiu.
No estudo, o Facebook manipulou o algoritmo usado para distribuir os posts no feed de notícias dos usuários para verificar como isso afetava o seu humor. Os resultados da pesquisa, conduzida por pesquisadores associados ao Facebook, pela Universidade de Cornell e pela Universidade da Califórnia, foram publicados em junho na 17ª edição dos Anais da Academia Nacional de Ciência (http://www.pnas.org/content/111/24/8788.full.pdf).
Os pesquisadores pretendiam verificar se o número de palavras positivas ou negativas nas mensagens lidas pelos usuários resultaria em atualizações positivas ou negativas de seus posts nas redes sociais. Observou-se que os usuários que tiveram o feed manipulado utilizaram palavras positivas ou negativas dependendo do conteúdo ao qual foram expostos.
Os resultados do estudo foram propagados quando a revista online Slate and The Atlantic abordou o assunto no sábado. "Estados emocionais podem ser transferidos para os outros por meio do contágio emocional, levando as pessoas a experimentarem as mesmas emoções de modo inconsciente", afirmam os autores da pesquisa. "Estes resultados provam que as emoções expressas pelos outros no Facebook influenciam nossas próprias emoções, o que evidencia o contágio em larga escala via redes sociais", acrescentam.
Enquanto outros estudos usam metadados para estudar tendências, este parece ser o primeiro a manipular dados para verificar se há reação.
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