Nada mais apropriado para definir o argumento bárbaro e violento apresentado pelo pseudofilósofo e literato Olavo de Carvalho sobre o comportamento social brasileiro – e que tem na pessoa da presidente Dilma Rousseff seu encarniçado ódio de classe e de intolerância à liberdade e à democracia popular.
Fiquei estupefato ao ler uma opinião cunhada pelo discurso terrorista, neonazifascista em seu Twitter que exporei ipsis verbis:
“Mais importante do que tirar a Dilma da presidência e expulsar os comunistas da sua escola, da sua igreja, da sua sociedade de bairro, do seu clube. Isso não depende de grandes mobilizações, depende só de coragem e iniciativa de cada um. Isso não é política: é dever pessoal. Denuncie cada filho da puta, atire na cara dele, em público, todo o mal que ele representa e personifica. Recuse-lhe amizade, tolerância ou respeito, mesmo em pensamento. Esses canalhas vivem da generosidade das suas vítimas”.
Esta é uma formulação tipicamente de um demente irracional representante da Escola Austríaca de Economia. Francamente, a cultura racista e xenofóbica não tem ressonância em sociedades democráticas como a nossa. Mas é necessário nos precavermos mediante tamanha solicitude de uma figura sem escrúpulo e menor numa constelação teórica neoconservadora de direita e reacionária.
Sua ingênua conotação odienta classista tenta engendrar uma reação social às avessas, em que o produto fundamental que a sociedade brasileira lutou e demoliu na segunda metade da década de 1980 – o famigerado regime militar, açodado pelos EUA e que produziu um estado quase absoluto de silêncio e resquício da morte e perseguição àqueles que ousaram enfrenta-lo -, ficou para trás, eu, que não fui parte constituinte daquele processo em seu período mais tenebroso, jamais exigirei e defenderei seu retorno para retroceder na história.
Como posso renegar a luta inconteste de figuras como Marighella, João Amazônas, Carlos Prestes, o “Cavaleiro da Esperança”, o Jornalista Herzog, o filósofo Leandro Konder, Jacob Gorender, o sociólogo militante Florestan Fernandes, o também, sociólogo Otávio Ianni, a filosofa Marilena Chauí, os ícones maranhenses Manoel da Conceição, Maria Aragão, Renato Archer, Neiva Moreira, Jackson Lago e tantos outros filhos ilustres que dedicaram suas vidas em favor de uma causa nobre: a liberdade e a vitalidade da democracia popular? Somente um indivíduo demente ousa fazer um apelo dessa natureza acostado na contumaz e agressiva violência física, moral da direita conservadora reacionária que não aceita a derrota eleitoral pela quarta vez.
O que fica evidenciado em seu lastimável e torpe argumento é a incapacidade teórica de discutir democrática e respeitosamente as questões sociais relevantes. Não é de hoje que esse demente pseudofilósofo nutre um profundo ódio à esquerda mundial. Imagine a brasileira! Ele treme e baba só de ouvir a classe trabalhadora ter superado seu estado absoluto de miséria e extrema miséria originada pelo conservadorismo de quinhentos anos de possessão, hiper-exploração e opressão imperial.
O demente irracional pseudofilósofo ‘austro-brasileiro’ esqueceu alguns elementos intrínsecos que estabelecem as mediações numa sociedade contemporânea livre e democrática: o direito à liberdade de escolha sob o processo universal do sufrágio popular – não há maior legitimidade do que as eleições livres e abertas! Esqueceu-se, também, que a notável ‘constituição cidadã’ de 1988 – definição dada pelo mais notável dos notáveis burgueses, Ulissys Guimarães – que nos garante direitos sociais e, dentre eles, a vida, a liberdade de opinião e expressão e pensamento; esqueceu-se, também, de que estamos vivendo sob o manto do Estado Democrático de Direito. Não somos uma sociedade – que tem sido cunhada por vós – arbitrária e nem tampouco, totalitária como fora a Alemanha no período de 1933-1945; e muito menos a Itália neofascista de Benito Mussolini – 1922-1945. Acorda! Pensador misosófico! Estamos em pleno terceiro milênio e vós incitais o ódio e alimentas a violência entre irmãos?
O seu clássico chulo xingamento é uma deformação destituída do respeito e, aproveita-se para lançar sua ira e seu incontido ódio ao que classificas como comunistas todos aqueles sujeitos históricos que combatem o famigerado sistema capitalista que tem na ‘mão invisível’ do mercado a tábua de salvação da humanidade, pura ilusão, pois, o capitalismo exclui, oprime e explora o homem e o coloca numa condição de miséria permanente.
Todos nós, sabemos de seu direitismo liberal-conservador e doentio, entretanto, convocar o povo a matar o seu semelhante por discordar ideologicamente de seu ponto de vista aí, sim, temos na verdade, a ‘representação’ e ‘personificação’ fiel do miserável sentimento pequeno-burguês que se aloja em seu cérebro (aquilo que Marx cunhou de ‘pedaço de toucinho’).
Você, pseudofilósofo é a síntese inequívoca do terrorismo intelectual e da inveja. O povo brasileiro precisa se livrar de persona non grata de seu nível, o mais rapidamente possível, seu pensamento inerva a sujeira e alienação da alma brasileira, que não contribui para o crescimento de nosso povo. Sabe quem é o verdadeiro calhorda nessa história? É você! Pusilânime, adido do mal e da perversão social. Invocar de forma estúpida a sociedade civil para não aceitar ‘amizade’ e não respeitar a ‘tolerância’ isto, de fato, revela o desejo mais intimo que lhe atormenta cotidianamente no campo da comiseração. Posso afirmar que isso é um pensamento conservador, direitista degradante e estupido. Foi isso que lhe ensinou Hayek e Mises em suas teorias sobre relação social entre sujeitos históricos? Claro, porque eles pregam a individualidade!
O Brasil é um país que caminha numa perspectiva popular. A liberdade é real. Tão real que você ofende e ameaça a todos nós – brasileiros que acreditamos num projeto político diferente do neoliberalismo – publicamente e não sofre nenhum tipo de punição. Sua intenção criminosa fosse postada nos EUA, certamente, já estaria preso e condenado por ato terrorista.
Você e o Lobão são a ‘personificação’ do mal travestidos de libertários. Que libertarianismo é esse que incentiva o assassinato de gente simples e humilde? Se o ideário libertarianista é concebido por esta via, então, resgate o fascismo, o nazismo e não se escondam sob a fachada de um movimento que prega a liberdade individual como remédio para sanar qualquer enfermidade social, inclusive, econômica. O fato concreto é que o povo brasileiro fez uma opção política pela continuidade de um governo socialdemocrata, que recauchuta o capitalismo liberal; sem, entretanto,postergar das necessidades primárias das pessoas deserdadas socialmente. Um abjeto sua infeliz afirmação no Twitter!
Fica aqui nosso repudio veemente contra seu infeliz comentário de cunho racista, discriminador, xenófobo e misosófico.
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