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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

CNV detalha episódio em que Raul Seixas e Paulo Coelho foram detidos

Paulo Coelho e Raul Seixas, parceiros desde os anos 1970, registraram em cartório a Sociedade AlternativaAlém da identificação de 377 responsáveis por graves violações de direitos humanos (tortura e morte) e do nome das 434 pessoas mortas ou desaparecidas durante a ditadura militar (1964-1985), as 4,4 mil páginas do relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) trazem histórias pitorescas, que beiram o nonsense. Uma delas é a implicância dos censores com a expressão Sociedade Alternativa, usada pelo músico Raul Seixas e pelo parceiro dele no início da década de 1970, Paulo Coelho, que levou a dupla a ser detida e o escritor a ser torturado.

Os dois tiveram que se apresentar na sede da Delegacia de Ordem Política e Social (Dops), às 15h, de 27 de maio de 1974, no Rio de Janeiro, para explicar detalhes que incomodaram os censores a respeito do álbum Krig-Há, Bandolo!, lançado no ano anterior e que foi o primeiro solo de Raul. O disco tem as primeiras parcerias do cantor com Paulo Coelho. Os dois se conheceram em maio de 1972, após Raul ler um artigo do escritor na revista A pomba, especializada em ufologia.

“Eles se apresentaram sem advogado, pois acreditavam que essa seria mais uma intimação para discutir a liberação de canções censuradas, fato já ocorrido anteriormente”, assinala o relatório. O texto da CNV afirma que Raul foi liberado 30 minutos após o depoimento, mas que Paulo Coelho ficou três horas em uma cela do Dops. “O policial encarregado do interrogatório questionou o conteúdo do gibi encartado no LP, de autoria do escritor, com desenhos de sua então namorada, Adalgisa Eliana Rios de Magalhães, 28 anos, estudante de arquitetura. Tratava-se de uma história em quadrinhos com quatro páginas inspirada nas aventuras de Tarzan, personagem criado por Edgar Rice Burroughs.”

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