O jornalista Jorge Vieira publicou na manhã deste domingo (4) que nos últimos dias de governo interino, o deputado Arnaldo Melo (PMDB) pagou a empresas de sua família um valor que ultrapassa a cifra de R$ 1 milhão. Dados fornecidos pelo Portal da Transparência do Governo do Estado mostram que no dia 30 de dezembro, o deputado que respondia pelo Governo do Estado depositou na conta de dois hospitais particulares de propriedade de sua família um montante de R$ 1.081.926,88.
No apagar das luzes do Governo, um dos grandes beneficiados com pagamentos feitos a toque de caixa foi o próprio governador interino. Através da Clínica do Coração Ltda (localizada em Colinas), da Clínica São Sebastião Ltda (em Passagem Franca) e do Hospital Santa Luzia, Arnaldo Melo transferiu para empresas de sua família valor que ultrapassou a cifra do milhão em apenas 3 dias.
A primeira clínica pertence a Nina Ceres de Couto Melo Aroso, filha de Arnaldo Melo e deputada estadual eleita pelo PMDB. Como seu pai deixou de concorrer ao cargo de deputado para compor a chapa de Edinho Lobão nas disputas pelo governo, sendo derrotado por Flávio Dino. Ela recebeu um total de 871.257,85 no dia 30 de dezembro. O valor foi dividido em três parcelas, todas pagas no mesmo dia.
A clínica localizada em Passagem Franca pertence a Valderes Maria Couto de Melo, esposa do deputado que exerceu o governo para substituir Roseana Sarney por 21 dias. A parcela depositada tem valor de R$ 111.136,49, realizada também nos últimos dias de governo.
Já o hospital Santa Luzia (localizado no município de Santa Luzia do Paruá) que pertencia à mãe de Arnaldo Melo e hoje é propriedade de seus sobrinhos (Rafael Damasceno Melo) recebeu também no apagar das luzes a soma de R$ 99.532,54. Todos os valores estão disponíveis no Portal da Transparência do Governo do Estado.
Em ofício enviado à superintendência do Banco do Brasil, Flávio Dino determinou o cancelamento dos pagamentos realizados nos dias 30 e 31 de dezembro por suspeita de irregularidades. A atitude foi tomada no dia 2 de janeiro, primeiro dia de trabalho, em ofício assinado pelo governador e pelo chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Marcelo Tavares.
Antes de tomar posse do cargo, o governador declarou que receberia o Estado “às cegas”, pois não lhe foram repassadas informações financeiras sobre as contas públicas do Estado. A suspeita de pagamentos irregulares às vésperas do fim do Governo levou o novo governador a pedir a imediata suspensão. Entre eles, os repasses feitos à família do então governador interino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário