Dados levantados nos plantões
policiais da região metropolitana de São Luís mostram que nove adolescentes
foram assassinados em janeiro deste ano. Segundo o Índice de Homicídios na
Adolescência, a cada mil jovens, três correm o risco de serem assassinados
antes de completar 19 anos no Maranhão.
Para o Ministério Público Estadual, os
casos de desaparecimentos registrados em todo o estado podem estar relacionados
à violência infanto-juvenil, situação que preocupa o coordenador operacional de
apoio à infância e juventude.
Segundo o promotor Márcio Tadeu
Marques, o número de adolescentes desaparecidos é grande e muitos têm sido
vítimas da violência relacionadas as facções criminosas que atuam no Maranhão.
“É muito possível que casos de desaparecimento
estejam ligados a homicídios de adolescentes. Podemos considerar que
existe um tipo de juvenilização da criminalidade organizada pelas facções que
atuam em nosso estado”, disse.
Uma das soluções para o problema,
segundo o promotor de Justiça, seria entender o fascínio que o mundo do crime
cria nos jovens e aplicar as políticas públicas já existentes para tentar
reverter essa realidade. “É preciso entender esse fenômeno não só como uma
percepção desses jovens de que o mundo do crime é mais atraente. É preciso
fazer com que as políticas públicas possam atuar para evitar essa realidade”,
concluiu.
Índice de homicídios na adolescência
O estudo revela que 2,42 entre cada
mil jovens maranhenses correm o risco de serem assassinados antes de
completarem 19 anos. Esse dado confere ao estado a 19ª maior taxa de risco no
ranking feito entre os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes.
De acordo com os dados, a região Nordeste
apresenta a maior incidência de violência letal contra adolescentes, com um
índice igual a 5,97. O Maranhão ocupa a 8ª posição entre os estados
nordestinos, ficando à frente apenas do Piauí (2,26).
A pesquisa mostra que os adolescentes
do sexo masculino têm 11,92 vezes mais chances de serem mortos do que as do
sexo feminino. A diferença cresceu em relação a 2011, quando era 10,3. Em
relação ao perfil dos adolescentes com maior vulnerabilidade, o estudo revela
que a possibilidade de jovens negros serem assassinados é 2,96 vezes maior do
que os brancos.
Outra conclusão do estudo é que as
chances de morrer vítima de arma de fogo é 4,67 vezes maior do que por outros
instrumentos, o menor patamar da série iniciada em 2005. Em 2009, o risco era
6,17 vezes maior.
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