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segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

“Principal proposta de Humberto Coutinho é levar os deputados para almoçar com Flávio Dino”, diz Andrea Murad

A nossa legitimidade para exercer a direção do Poder Legislativo está expressa nos mais de 1 milhão e novecentos mil votos que os nossos partidos coligados obtiveram nas eleições para deputado estadual. A mesma legitimidade que Flávio Dino tem para ser governador com os 1 milhão e oitocentos mil votos que recebeu.
andreaEstava refletindo sobre a eleição da Assembleia e lembrei que a principal proposta, até agora, de Humberto Coutinho como candidato único para a presidência da Casa é levar os deputados para almoçar todo mês com o governador Flávio Dino. Me faltam até palavras para dizer o que penso de uma proposta como essa, então, vou dizer somente que não fui eleita deputada estadual para votar num candidato a presidente do Poder Legislativo que tem como principal proposta um almoço mensal do governador com os deputados.
Além disso, Flávio Dino foi quem o indicou para ser candidato único a presidente da Assembleia Legislativa porque deve grandes favores a Humberto Coutinho. Continuo afirmando que sob o meu ponto de vista não existe como a Assembleia ser independente com Humberto presidente. A amizade pessoal entre eles impôs uma situação na próxima legislatura que não somos obrigados a aceitar. O jantar em Caxias, em comemoração à vitória de Flávio Dino ao governo, é o exemplo dessa imposição.
Realmente, os mais de 77 mil votos que recebi não foram para aceitar imposições do futuro governo, assim como os votos de mais de 1 milhão e 900 mil eleitores dados aos deputados estaduais que apoiaram o candidato do PMDB. Com certeza esses eleitores desejam um Poder Legislativo mais autônomo e por isso um presidente da Assembleia que comande a casa do povo com interesses da população e não apenas interesses de um governo.
Precisamos de um presidente que leve os deputados, ou seja, a casa do povo, para dialogar, vivenciar os problemas da população e fazer parte, na prática, da construção de soluções que o Estado precisa. Os deputados não podem trabalhar apenas para votar matérias de interesse do governo que deverão ser anunciadas em um almoço. Precisamos de uma Assembleia moderna, transparente, atuante junto à sociedade e onde todos os deputados possam ter a certeza de que terão as prerrogativas garantidas no exercício do mandato parlamentar.
Acima de tudo, uma Assembleia onde as minorias sejam efetivamente valorizadas e respeitadas, sem promessas individuais que jamais serão cumpridas, sem acordos com um ou outro deputado de gratificações extras, de presidências de comissões ou relatorias de projetos, em troca de apoio para a eleição da Mesa Diretora ou de apoio ao governo. Como vamos defender os interesses do povo, que nos elegeu para representá-lo, sem a autonomia necessária da Assembleia junto ao governo? Não podemos apoiar o governo em troca de cargos na Mesa Diretora, mas apoiar o povo em favor de melhorias e avanços. E um bom governador abre espaço para que todos, sem exceção, sejam ouvidos, atendidos e sejam participativos nas ações de um governo que deverá agir em benefício da população. Diferente do que temos assistido, ouvido a respeito e até mesmo presenciado nas redes sociais, onde o governador eleito age sempre com indelicadeza e deselegância, mostrando claramente sua personalidade, imprópria para o cargo que ocupa, porque se acha superior a tudo e melhor do que todos.
O deputado tem um papel importante de contribuir, na prática, com os avanços da sociedade e não conseguiremos defender a população se estivermos presos a acordos espúrios com o governo.
Continuo defendendo que somos maioria na vontade do povo e isso nos dá legitimidade para comandar a casa, numa clara demonstração de quem o povo escolheu para ser maioria no Poder Legislativo. Seria como trair o desejo da grande maioria do povo maranhense que resolveu confiar o governo a Flávio Dino, porém, deu o Poder Legislativo para a oposição, isso de forma clara, transparente e absoluta.
Creio, com todo o respeito à opinião dos colegas que pensam de forma contrária à minha, que devemos, mais do que nunca, seguir na direção da votação expressiva que tivemos nas urnas: ficar unidos e eleger a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, afinal 1.927.923 votos falam por si.

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