A falta de chuvas em represas e mananciais está prestes a levar o Brasil a um colapso energético, uma vez que o país tem 87% de sua matriz energética proveniente de hidrelétricas. Isso, devido ao baixo nível dos reservatórios nas usinas do Sudeste. Os outros 13% são produzidos pelas centrais termelétricas (10%) e pelos reatores das centrais nucleares de Angra dos Reis (2%). Diante disso, o que nos resta é economizar água e energia elétrica para evitar problemas futuros.
Para o professor e engenheiro elétrico João Carlos Lima, quando se trata de sustentabilidade e economia nas contas de luz existem alternativas eficazes que garantem menores gastos e energia limpa, como as luminárias ecológicas para jardins e áreas externas. “Esses tipos de equipamentos dispensam o uso da energia elétrica por funcionar apenas com luz solar. Além disso, existem modelos com acionamento automático e controle remoto.” Por se tratar de uma energia renovável e limpa, a energia solar é considerada uma das mais sustentáveis do planeta. “A economia gerada mensalmente permite um rápido retorno do investimento, além de contribuir para o equilíbrio ambiental da Terra.”
João Carlos Lima dá algumas dicas de como economizar energia em casa: trocar as lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou de LED; pintar as paredes internas e os tetos em cores claras; aproveitar ao máximo a luz do dia, deixando cortinas e portas abertas; deixar os globos e lustres transparentes sempre limpos; manter os filtros do ar-condicionado sempre higienizados e usar termostato para regular a temperatura e evitar sobrecarga do aparelho. O professor explica que a máquina de lavar roupa e o ferro de passar consomem muita energia. “Tente usá-los quando houver bastante roupa acumulada para realizar o trabalho de uma só vez.”
O professor também aconselha, em dias secos, colocar um pano úmido pendurado no recinto e uma bacia com água em vez de usar umidificadores eletrônicos. “É preciso evitar deixar aparelhos eletrônicos em stand-by. Apesar de desligados, esse modo pode representar gasto mensal de até 12%. Uma boa solução é instalar um interruptor capaz de comandar as tomadas onde esses equipamentos estão plugados. Escolha aparelhos que vêm com a etiqueta nacional de conservação de energia (Ence). Ela classifica os equipamentos pelo consumo em faixas de A (mais eficiente) a D (menos eficiente) e, quando viajar, desligar a chave geral da casa.”
João Carlos alerta para o fato de colocar o fogão e a geladeira próximos um do outro, uma vez que eles podem interferir no consumo de energia. É importante também manter a borracha de vedação da geladeira sempre em bom estado. Outra dica é regular a temperatura da geladeira no inverno, ajustando o termostato para evitar desperdício de consumo, e evitar forrar as prateleiras para não exigir esforço redobrado do eletrodoméstico.
O consultor da Loja Elétrica Herbert Abreu salienta que outro item que pode gerar economia são as placas fotovoltaicas, dispositivos utilizados para converter a energia da luz do Sol em energia elétrica, que podem reduzir, no mínimo, 20% na conta de luz, considerando-se placas com capacidade de geração de 1.000 watts. “Esse percentual pode ser maior, dependendo da quantidade de placas escolhidas. E essa é justamente uma de suas vantagens. Você pode dimensionar o quanto quer usar de energia solar e ampliar aos poucos. O investimento para 1.000 watts é de R$ 5 mil. Com isso, é possível manter seis lâmpadas eletrônicas, uma TV, um frigobar, além de um eletroeletrônico e um eletrodoméstico. Mas essa estimativa não inclui geladeira, máquinas de lavar e secar, micro-ondas e chuveiro.”
Herbert ressalta que a opção do painel fotovoltaico ligado à rede elétrica pode reduzir o consumo de eletricidade de 50% a 60%, mas esses só valem a pena para residências que gastam, pelo menos, 300kW/h por mês, já que o investimento é mais alto, de R$ 20 mil a R$ 25 mil. “Além disso, é necessário a aprovação do projeto pela concessionária de energia, o que pode demorar até seis meses. Há também os geradores movidos a gasolina. “A procura tem sido alta, com perspectiva de crescer mais. Atualmente, vendemos cerca de 100 peças por mês, entre modelos de 1.000, 4.000 e 9.600 watts de potência.”
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