O presidente da Associação dos Cegos do Piauí (ACEP), Aluizio Gonzaga de Carvalho Filho, revelou que falsários estão se passando por representantes da entidade para arrecadar material reciclável. Por causa do golpe, a instituição coleciona prejuízos mensais de até R$ 15 mil.
De acordo com Aluizio, o golpe foi descoberto recentemente. "Chegamos em alguns estabelecimentos, como escolas, e descobrimos que por lá tinham passado pessoas se identificando como agentes da ACEP. Tivemos muito prejuízo com material reciclável. Se contabilizarmos em termo de material, deixamos de arrecadar mais de 30 mil toneladas, perdendo em média de R$ 10 mil a R$ 15 mil por mês", detalhou.
O prejuízo representa quase metade do orçamento mensal da Associação, segundo afirma Aluizio. "Esse dinheiro é utilizado para comprar material dos alunos, material para produção do braile, cujo papel é caríssimo, material pedagógico, além da manutenção da sede da ACEP e outros gastos. Faz uma diferença muito grande, até porque vivemos praticamente só de doações", lamentou.
Para evitar que o golpe se repita, a diretoria da ACEP procurou a Polícia Civil e registrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Além disso, Aluizio alertou as instituições interessadas em doar material reciclável que a Associação tem apenas uma pessoa credenciada para fazer essa arrecadação. "Trata-se do senhor Cosmo da Silva Ribeiro. Nosso agente tem uma credencial - um crachá e uma portaria com o timbre da ACEP e o carimbo do presidente", assinalou.
Fundada em 1967, a Associação dos Cegos atende atualmente cerca de 3.000 pessoas. Para se manter, a entidade arrecada doações de materiais recicláveis, como livros, revistas, jornais, garrafas pet e papelão.
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