A relação política entre os poderes está definida formalmente nas Cartas Magnas (Municipal e Federal – sendo que, a primeira é subordinada à segunda e, isto, pressupõe o principio harmônico entre si).
O ano que se avizinha será um campo de batalha para a conquista tanto do Legislativo quanto do Executivo. Tal batalha urdida pela trama e pela astúcia daqueles que cultuam os tradicionais vícios estarão se preparando para defender seus interesses individuais/particulares. Os interesses coletivos são secundarizados hipocritamente pelos signatários do poder elitizado.
O verdadeiro sentido e o papel de um ativista político em essência deixam de ser a prioridade fundamental em torno dos interesses coletivos e passa a ser prioridade numa perspectiva absolutamente individualista. Na verdade, uma nova concepção foi sendo incorporada ao processo político como instrumental de sobrevivência e carreirismo. Essa falsa concepção tem dividido alguns militantes que se manifestam contrariamente a esse comportamento desonesto do ponto de vista do compromisso com as causas populares, sociais e democráticas.
O atual parlamento municipal – definitivamente – não correspondeu às expectativas – com raríssimas exceções, um ou dois edis, fizeram da tribuna uma trincheira em defesa da classe trabalhadora de forma superficial e inconscientemente no aspecto da ideologia, pois, suas ações foram pontuadas por provocações externas – devido sua completa falta de compromisso naquilo que deveria ser sua ação propositiva.
É notória a incapacidade do parlamento municipal de mover-se na contracorrente, aliás, tal incapacidade compromete a não reeleição de alguns parlamentares que não revelaram suas habilidades para sobressaírem-se como edis articulados e profundamente sintonizados com as aspirações populares. A grande virtu dos parlamentares tem sido a apresentação de indicações como se tal ato constituísse um notável e rico trabalho em favor dos menos favorecidos (como por exemplo, asfaltamento de ruas, limpeza e etc, entretanto, não houve uma iniciativa do parlamento e/ou de algum edil uma ideia democrática que postulasse a reforma de alguns elementos fundamentais no seio da sociedade civil). É um tremendo equivoco pensarem que essa tradicional cultura institucional venha produzir votos amanhã. A reprodução de uma eleição/reeleição parte de uma articulação pontuada na unidade orgânica do parlamentar, contudo, é visível a incapacidade dos parlamentares dispenderem alguma atividade envolvendo os movimentos sociais e populares visando a construção (debates) de política públicas alternativas a serem protocoladas na pauta da Mesa Diretora do Parlamento e, desse modo, pressionar o poder público a executar tais propostas elaboradas pela comunidade organizada em suas bases. E, certamente, quem ganharia pontos seriam ambos – prefeito e vereadores e a comunidade ficaria agradecida.
Nossa cidade precisa avançar em sua organização. O movimento popular necessitar demonstrar sua força e sua influência política não a partir de acordos simplesmente, com os poderes constituídos, mas, coerentemente, desvencilhar-se das comodidades e interferir articuladamente nas formas estabelecendo métodos capazes de influir na cultura local e, assim, determinar o ideário democrático que assenta os interesses coletivamente. Não é possível a realização de um ideário se não houver uma luta orgânica e unitária (utilizando-se a categoria gramsciana) na perspectiva de uma nova forma de orientar a luta dos movimentos sociais, populares e democráticos.
Historicamente, o ciclo se repete: com a proximidade de um novo pleito eleitoral, os edis iniciam sua pesada via crucis, de buscar os cabos eleitorais para realizar caminhadas de porta em porta mostrando e distribuindo seus respectivos ‘diabinhos’. De fato, essa estratégia já é por demais conhecidas! Porém, há outros que preferem uma conversa mais direta e franca. Outros, ainda, se escondem na mentira e no não cumprimento de seus compromissos. Enfim, é uma verdadeira torre de babel política que se constrói para declararem sua ‘malucas’, ‘fantasiosas’ e ‘tortas’ mensagens na esperança de convencer o eleitorado de que é o candidato ideal para representa-lo.
A classe trabalhadora codoense precisa reinventar sua forma de escolher o novo edil. Não será, portanto, por intermédio de uma troca – que fique bem claro – de favor, de uma conta de luz, de uma passagem, de um aviamento de receita ou quaisquer outras formas de atendimento imediato que fara a diferença elementar na cultura de um parlamento dissociado da sociedade. A regra ideal a ser posta em prática seria a tomada de consciência e, ao mesmo tempo, compreender a importância de eleger um político com uma biografia imaculada, um histórico de compromisso e luta em defesa da classe trabalhadora e não de alguns membros seletivos que, diretamente contribui para sua campanha eleitoral. Se a classe trabalhadora compreender essa diferença fundamental entenderá que é indispensável optar por um político que possua as características citadas acima, desse modo, será possível iniciar uma nova concepção política pensando na mudança e na transformação estrutural.
O parlamento deve sofrer uma profunda alteração na sua nova composição e quem definirá esse novo cenário é a sociedade civil organizada. No próximo pleito está previsto o aumento do numero de cadeiras ao que era antes: 17 edis. Será uma intensa luta para garantir uma vaga na atual conjuntura.
Esperamos que, de fato, a democracia prevaleça e o sentimento de mudança que lateja no peito esquerdo de cada homem e mulher, não seja ultrajado pela presença do poder econômico e se, assim, ele se manifestar que a população o rejeite fervorosamente impondo sua condição única: a liberdade de opção!
Por Jacinto Junior
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