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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Maioria dos brasileiros está pessimista em relação a emprego, mostra pesquisa

Pesquisa divulgada hoje pelo Instituto Data Popular revela que 75% dos brasileiros acreditam que o ano de 2015 será pior do que 2014 para o país, em termos de emprego. A sondagem foi feita entre os dias 26 de janeiro e 1º de fevereiro, com 78.222 entrevistados de 259 cidades.

O pessimismo é maior na faixa de 35 anos a 60 anos de idade (em torno de 78%) e predomina nas regiões Sul (81%) e Sudeste (75%), disse o presidente do Data Popular, Renato Meirelles. No Nordeste, a percepção de piora do emprego é mais baixa (68%). Entre os jovens com 16 a 24 anos de idade, há maior otimismo em relação à questão do emprego no país, este ano. O índice atingiu 34%.

Quando indagados sobre a possibilidade de aumento ou redução de impostos durante 2015, 62% dos brasileiros disseram que vão aumentar. “Isso é maior entre os homens (70%) do que entre as mulheres (56%) e também maior na Região Sul (81%)”. De novo, o Nordeste se mostra mais otimista, com expectativa de diminuição de impostos para 46% dos consultados.

Em relação a preços, a maioria absoluta dos entrevistados (85%) acham que seguirão em ritmo crescente. A Região Sul continua a mais pessimista do país, com 90% de respostas que os preços continuarão em alta. Renato Meirelles explicou que no sul do país há uma maior concentração de pessoas das classes A e B. A região apresenta uma economia que historicamente vem crescendo menos em comparação ao restante do Brasil, nos últimos dez anos.

Apesar do cenário nacional econômico adverso, 55% das pessoas apostam que sua vida pessoal vai melhorar em 2015. “O brasileiro vai fazer a parte dele”. Nesse item, as regiões Centro-Oeste (65%) e Nordeste (62%) são as mais otimistas, enquanto o Sul se mantém pessimista: 55% acham que a vida pessoal vai piorar este ano. “O Sul é a única região em que tenho mais pessimistas do que otimistas”, disse.

Meirelles acrescentou que a maioria absoluta da população brasileira é formada pela classe C. “E para esta classe C, crise não é exceção. Crise é regra. Tenho hoje 42% da classe C que estão fazendo “bico” (trabalho temporário ou pequeno serviço) para conseguir uma renda extra. Eles estão ligando para o vizinho para fazer compra no atacado ao invés de fazer no varejo. A classe C está se virando mais do que no passado”.

Sobre salários, a pesquisa revela que mais da metade dos brasileiros, ou o equivalente a 52%, avaliam que não haverá aumento em 2015, 36% acham que vão ter aumento abaixo da inflação e apenas 5% acreditam que vai ter aumento real, isto é, acima da inflação. “A maioria absoluta acha que não vai ter aumento”.

Segundo informou Renato Meirelles, essa é a primeira vez em 14 anos, desde que a pesquisa sobre o tema foi iniciada pelo Instituto Data Popular, que os índices são tão pessimistas.

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