O ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, determinou nesta sexta-feira, 13, à Polícia Federal a apuração
sobre a origem de boatos difundidos nas redes sociais de que o governo
faria um congelamento do dinheiro depositado na caderneta de poupança. A
Caixa Econômica Federal havia pedido auxílio à PF. Representantes da
área jurídica do banco tratam do caso com os policiais federais.
Os boatos surgiram há alguns dias pela
serviço de mensagens WhatsApp no momento em que a presidente Dilma
Rousseff começa a sofrer resistências mais fortes às medidas de ajuste
das contas públicas, que estão impondo aumento de impostos, tarifaço de
energia elétrica e regras restritivas ao acesso dos trabalhadores a
benefícios previdenciários e trabalhistas.
Preocupado com o potencial prejuízo do
caso, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, divulgou nesta sexta-feira
comunicado oficial informando que não procedem as informações de que
haveria risco de confisco da poupança ou de outras aplicações
financeiras.
“Tais informações são totalmente
desprovidas de fundamento, não se conformando com a política econômica
de transparência e a valorização do aumento da taxa de poupança de nossa
sociedade, promovida pelo governo, através do Ministério da Fazenda”,
diz a nota assinada pelo ministro.
Fontes da área econômica informaram que a
Caixa não identificou nenhum movimento atípico de saque na poupança,
além do que era esperado para o período de véspera do feriado de
carnaval.
A decisão no governo foi a de concentrar
no Ministério da Fazenda a estratégia de evitar que as especulações se
espalhassem. “Tratamos de matar no nascedouro essas informações
mentirosas”, disse uma fonte do governo.
‘Motivo econômico’. Nas
redes sociais, se espalhou a falsa informação de que o governo estaria
congelando as contas da caderneta de poupança por motivo “econômico do
Brasil”. Nas mensagens, usuários da rede afirmam que o Palácio do
Planalto anunciaria a retenção do dinheiro depositado na poupança a
partir da Quarta-feira de Cinzas, dia 18.
Segundo apurou o Broadcast, serviço em
tempo real da Agência Estado, a área de monitoramento da pasta
acompanhou o crescimento das mensagens no Twitter e também no WhatsApp,
concluindo que o boato deveria “ser morto no nascedouro”. Para isso, a
Fazenda optou por divulgar uma nota oficial à imprensa, embora nenhum
veículo de comunicação tivesse reproduzido os boatos.
A nota do Ministério da Fazenda acabou
aumentando o número de mensagens no Twitter. Apesar do aumento, a
boataria sobre o confisco não aparece entre os temas mais comentados
(trendig topics) do Twitter no Brasil.
Em uma das mensagens, um usuário da rede
social usa um perfil que ele mesmo afirma ser falso “por segurança”
para dizer que a “Federação dos Bancos do Estado Brasileiro” – que não
existe – autorizou a Caixa a “congelar” a poupança de seus clientes. Os
boatos que circularam sugerem aos poupadores que procurem o “gerente da
Caixa Econômica do Brasil (sic)”.
Bolsa Família. Em maio
de 2013, boatos sobre o fim do programa Bolsa Família espalhado pelas
redes sociais levaram milhares de beneficiários do programa às agência
da Caixa em vários Estados do País.
Os boatos fizeram com que a Caixa,
responsável pela gestão do Bolsa Família, admitisse depois que antecipou
o pagamento do benefício, na véspera dos boatos.
Fonte: Estadão.com
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