Para uma boa parte dos brasileiros, o
governo da presidente Dilma Rousseff não dura até 2018, quando oficialmente
aconteceriam novas eleições presidenciais. É o que revela sondagem feita pela
consultoria Ideia Inteligência a pedido do Brazil Institute de Washington.
Segundo o levantamento, só 32% dos
entrevistados pela consultoria apostam na hipótese de que a presidente consegue
terminar o mandato até o dia 31 de dezembro de 2018.
Entre as pessoas que apostam no fim do
mandato de Dilma, a maior parte acredita que a presidente pedirá renúncia do
cargo. Apenas 35% crêem que um processo de impeachment derrubará a petista.
Veja gráficos da pesquisa
Na corda bamba?
Até o momento, uma parte considerável
dos analistas políticos acredita que a hipótese de renúncia da presidente é
remota. Ela mesma tem afirmado repetidas vezes que irá lutar pela própria
permanência no cargo. Na Marcha das Margaridas, em agosto, a petista valeu-se
até do trecho de uma música de Lenine para provar seu ponto. "Podemos
envergar, mas não quebramos. Seguimos em frente", disse.
Por outro lado, é bem verdade que o
clima no Planalto - que já não estava bom - ficou mais denso nos últimos dias.
De um lado, o corte da nota de crédito do país e a necessidade do governo
reagir (de maneira apressada) com medidas impopulares. De outro, a mobilização
de um grupo de parlamentares para depor a presidente.
Na terça-feira, eles enviaram uma
questão de ordem ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, questionando os
rituais para abertura de um processo de impeachment da petista. Se o
peemedebista arquivar os 13 pedidos que estão parados na Câmara, a Frente Parlamentar
Pró-Impeachment se prepara para apresentar um recurso que deve ser submetido ao
Plenário. A aprovação da abertura do processo bastaria apenas de maioria
simples.
A ideia dos oposicionistas é começar o
processo com base no pedido de impeachment protocolado pelo jurista Hélio
Bicudo, um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT).
No pedido protocolado no início de
setembro, Bicudo afirma que o Brasil está mergulhado em uma crise econômica,
política “e, sobretudo, moral”. Ele
vale-se de dois argumentos possíveis para embasar o documento contra a
presidente. Um deles é a manobra conhecida como “pedalada fiscal”, utilizada
pelo governo para maquiar o resultado das contas públicas. O assunto está sendo
julgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O outro é a suspeita de que as
campanha de Dilma à reeleição em 2014 recebeu dinheiro proveniente do caso de
corrupção da Petrobras.
Na última segunda-feira, Cunha pediu a
Bicudo que adequasse o pedido às regras do Parlamento. O jurista deve entregar
uma nova versão até a próxima quinta-feira.
Até a última quinta-feira, segundo
análise da consultoria Tendências, risco de impeachment estava em 30%.
Ao mesmo tempo, o estudo mostra que as
taxas de aprovação do governo continuam baixos. No total, 71% dos entrevistados
consideram o governo da presidente Dilma Rousseff como ruim ou péssimo – mesmo
percentual computado pelo Datafolha em agosto passado.
Para chegar a esses dados, a Ideia
Inteligência entrevistou 20 mil pessoas de 143 cidades brasileiras entre 10 e
14 de setembro. A margem de erro é de 1,3%.
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