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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Sob o mote "quem matou 19?", este é o 4º protesto que pede a elucidação dos assassinatos; ato ocupou o vão livre do Masp


Manifestantes levam cruzes e permanecem por mais de uma hora em silêncio no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), na tarde deste domingoSob uma fria garoa que caía na tarde deste domingo (13), integrantes da organização não governamental Rio de Paz voltaram a protestar contra duas chacinas que ocorreram há um mês e deixaram 19 mortos em Barueri e Osasco, na Grande São Paulo. Eles ocuparam o vão livre do Museu de Arte de São Paulo, na Avenida Paulista, no quarto ato do gênero em que defenderam a elucidação do caso.
“Quem matou 19?”, perguntava um dos cartazes erguidos pelos manifestantes. Eles prestaram homenagem aos mortos no dia 13 de agosto e procuraram chamar a atenção das pessoas, colocando na calçada 19 cruzes feitas em madeira e pintadas de preto. Com os nomes das vítimas estampados em cada uma delas, as cruzes foram fincadas em potes de areia e enfileiradas ao longo da calçada.
Os manifestantes, vestidos de preto, usavam mordaças. O gesto de tapar a boca, conforme explicou Cláudio Nishikawara, voluntário da Rio de Paz, foi uma forma de simbolizar o medo entre os moradores de áreas violentas de falar sobre os crimes. Ele explicou que o grupo teve o objetivo de se solidarizar com os familiares das vítimas e pedir que as mortes sejam esclarecidas o mais rápido possível.
Ele queixou-se do número baixo de participantes no ato, que começou por volta das 16h,  com cerca de 30 pessoas. E condenou o entendimento segundo o qual quem mora na periferia está sujeito a ser morto, sem que isso cause impacto na sociedade.
Entre os presentes havia uma pessoa representando os familiares das vítimas, a doméstica aposentada, Zilda Maria de Paula, de 62 anos, mãe de Fernando Luiz de Paula, de 34 anos. “Eu vim em nome do meu filho e em nome dos que morreram e que eu nem conhecia”, disse ela.
Para a doméstica, a ausência de outros familiares é explicada pelo medo de represálias, porque os autores não foram identificados. Ela contou que, nos locais onde ocorreram os massacres, as pessoas estão inseguras e que, por volta das 20h30, a maioria se recolhe por sentir medo. “Eu estou pondo minha cara a tapa, porque não tenho mais o que perder”, disse, referindo-se à morte do único filho.”

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