Um
pastor foi preso suspeito de estuprar pelo menos seis crianças e
adolescentes, nesta sexta-feira (16), no Bairro Sapiranga, em Fortaleza.
O homem tem 52 anos e está preso preventivamente por estupro, após
denúncia do pai de uma das vítimas. As crianças e adolescente, que têm
entre seis e 12 anos, fazem parte da igreja onde o suspeito atuava.
De
acordo com o delegado Levy Louzada, da Delegacia de Combate à
Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa), o suspeito trabalhava
como pastor há mais de 10 anos, e estava sendo investigado desde 2016. O
homem é casado e tem filhos.
No
ano passado, o celular do suspeito foi apreendido pela polícia e foram
encontrados materiais pornográficos e de pedofilia, incluindo sexo
explícito com menores de idade.
A
polícia está investigando os crimes cometidos entre 2012 e 2016. Se
condenado, a pena pelos crimes contra as vítimas identificadas até agora
pode chegar a 90 anos de prisão, diz o delegado.
‘Acima de suspeita’
A
forma de atuação do suspeito era sempre a mesma. Segundo Louzada, o
pastor visitava as famílias com a desculpa de orar pelas crianças, e
costumava ir às residência inclusive quando os pais não estavam
presentes. “Para eles, era uma honra o pastor ir à residência orar pelas
filhas”, explica o delegado.
Lá,
ele mostrava às vítimas os materiais pornográficos que guardava no
celular, no intuito de demonstrar a naturalidade dos atos, e praticava o
estupro. “Era um sujeito acima de qualquer suspeita. Muito bem quisto
pela sociedade, e usava isso para praticar os atos”, ressalta Louzada.
De acordo com o delegado da Dececa, uma das vítimas chegou a ser forçada a praticar sexo oral com o suspeito.
O
pastor também costumava presentear as crianças com chocolates ou
dinheiro. A polícia acredita que assim conseguia evitar a denúncia das
vítimas.
Flagrado
Com
a frequência das ações, alguns familiares foram desconfiando da conduta
do homem. Segundo o delegado, em uma ocasião, a avó de uma menina
chegou em casa e flagrou a neta com o pastor, enquanto o homem mostrava à
criança as imagens no celular. Ao ver a avó, a menina correu até ela
com o aparelho na mão, e a mulher viu o conteúdo.
Em
outro episódio, o pastor chegou à residência procurando pela neta.
Desconfiada, a avó orientou que a menina não o deixasse entrar, mas
avisasse que estava sozinha. Com isso, o homem conseguiu entrar na
residência, mas acabou encontrando a avó. Após o caso, o pastor não
voltou mais à casa da família, segundo conta o delegado.
Prisão
O
pai de uma das meninas procurou a polícia após a filha reclamar,
durante uma discussão familiar, que o pai deixava o pastor ter acesso à
residência.
Em
depoimento após ser preso, o pastor negou as acusações de estupro. No
entanto, o delegado Levy Louzada afirma que, ao ser confrontado sobre os
materiais que guardava no celular, o pastor “apenas abaixou a cabeça”.
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