O incêndio que destruiu grande parte do acervo do Museu Nacional, no
último domingo (2), não atingiu o prédio anexo e o Horto Botânico,
preservando importantes coleções, de acordo com pesquisadores. O fato de
ser no subsolo contribuiu para que o fogo não atingisse esse prédio
anexo, comunicou ontem (4) o Museu Nacional, por meio de sua assessoria
de imprensa.
Localizado ao lado do Palácio do Museu Nacional, em pavimento
subterrâneo, o anexo abriga a coleção de invertebrados, que inclui
material de crustáceos, esponjas e a coleção de corais do museu.
Em outro espaço de 40 mil metros quadrados, situado dentro da Quinta
da Boa Vista, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, chamado
Horto Botânico, está a Biblioteca Central do museu, os departamentos de
Botânica e de Vertebrados, além de prédios de salas de aula e que
guardam também a coleção de herbários, considerada uma das maiores da
América Latina, com 550 mil itens.
No Departamento de Vertebrados, estão cerca de 460 mil itens, como
mamíferos, peixes, aves, entre outros. Na Biblioteca Central, estão
guardados 500 mil títulos, dos quais 1.560 são consideradas obras raras.
Agradecimentos
Em nota divulgada, a direção do Museu Nacional agradeceu às milhares
de mensagens e manifestações de apoio vindas da população do Rio de
Janeiro e de todo o mundo. “Todo esse carinho só vem comprovar, mais uma
vez, o lugar de destaque ocupado por nossa instituição junto à
sociedade”, afirmou.
A direção mencionou também o apoio do Ministério da Educação que
anunciou na segunda-feira (3) a liberação de R$ 10 milhões para a adoção
de medidas emergenciais para a segurança do palácio, sede do Museu
Nacional, e de R$ 5 milhões para a elaboração do projeto executivo de
recuperação do equipamento.
“Agradecemos ainda à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
por meio do reitor Roberto Leher, que, de forma incansável, não tem
medido esforços na busca de caminhos, soluções e financiamento para a
instituição”.
Balanço das perdas
A direção do Museu Nacional lamentou não poder confirmar ainda o que
pode ou não ser salvo. “Sabemos que os danos foram imensos, mas ainda
consideramos cedo para qualquer balanço ou diagnóstico. É importante
lembrar que o Corpo de Bombeiros ainda atua no prédio e a Polícia
Federal faz a perícia. Apesar da gravidade do incêndio, a esperança é
enorme de encontrarmos, e recuperarmos, peças importantes para a
história do Brasil e do mundo”.
De acordo com a nota, tanto a direção do museu, como seus
professores, pesquisadores e funcionários “não têm medido, e não
medirão, esforços para manter a instituição viva, atuante e funcionando
como um dos mais importantes centros de ciência do mundo”.
Fonte: Agência Brasi
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