Patrícia R., bombeira de 27 anos, foi apanhada pela Polícia Judiciária a administrar um líquido venenoso no soro do filho, um menino de 7 anos, e quando confrontada pelos inspetores disse tratar-se de água benta. De acordo com o Correio da Manhã, a mulher foi apanhada pelas autoridades no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, quando o menino já estava internado devido à administração do veneno que quase lhe tirou a vida.
O relato da mãe era pouco coerente e a história não batia certo
A Polícia Judiciária e um grupo muito
restrito de profissionais de saúde montaram, em tempo recorde, uma
operação de vigilância no Hospital D. Estefânia de forma a apanhar a
mulher em flagrante. Segundo avança à mesma publicação Luís Varandas,
diretor clínico adjunto da unidade, «a situação levantou suspeitas logo
à entrada», referiu. «Para o pediatra, o relato da mãe era pouco
coerente e a história não batia certo. As autoridades efetuaram uma ação
muito discreta, para que a cuidadora não desconfiasse», sustentou o
médico. «Temos registo de duas ou três situações deste tipo», adianta o
médico, garantindo que se trata de uma situação rara.
Criança teve de ser reanimada
A substância venenosa administrada ao menino – ainda desconhecida – provocou à criança várias paragens respiratórias. O menino teve mesmo de ser reanimado.
Segundo o Correio da Manhã, o menino ainda se encontra hospitalizado,
mas está estável e em recuperação. O pai do menino encontra-se a receber
apoio psicológico, uma vez que está em estado de choque com o
comportamento da ex-companheira com quem partilhava a guarda do menor. O
pai, sub-chefe dos Bombeiros de Óbidos, acompanhou sempre de perto o
estado de saúde da criança, mas nunca desconfiou de nada.
Menino começou a ser envenenado em abril
A agressora terá começado a envenenar o
filho em casa e, depois, no Hospital D. Estefânia. A mulher chegou
mesmo a colocar sal nas feridas do filho para que as mesmas infetassem. O
menino era uma criança totalmente saudável, mas devido
ao comportamento da mãe, viu o seu estado de saúde degradar-se sem
qualquer razão aparente. A criança começou a ser envenada em abril e a situação apenas foi descoberta na passada quinta-feira.
Mãe sofre de síndrome de Munchausen by Proxy
De acordo com o Correio da Manhã, a agressora sofre de uma patologia: a síndrome de Munchausen by Proxy, uma doença
mental, foi originalmente descrita em 1977 por Sir Roy Meadow,
pediatra, que a definiu como sendo uma forma de abuso infantil onde os
cuidadores provocam de forma deliberada a existência de uma doença em
crianças, atraindo a atenção para si mesmas. Se a pessoa tem esse
comportamento consigo mesma, trata-se da síndrome de Munchausen by Proxy; se os sintomas pertencem a outra pessoa, trata-se da síndrome de Munchausen by Proxy. Em 85% dos casos, a mãe é o perpetrador da violência contra a criança, e a taxa de mortalidade entre as vítimas é bastante elevado.
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