A Promotoria de Justiça da Comarca de
São Pedro da Água Branca ingressou, em 15 de julho, com uma Ação Civil
Pública por ato de improbidade administrativa contra os secretários
municipais de Educação, Ivan do Nascimento Torres, e de Infraestrutura,
Francimar Vieira do Vale, por conta de ligações de energia irregulares
em escolas do município. Na mesma data, foi oferecida Denúncia contra os
gestores por furto qualificado.
As investigações do Ministério Público
apontaram a existência de cortes reiterados de energia elétrica em
escolas da rede municipal por falta de pagamento. De acordo com a
Companhia Energética do Maranhão (Cemar), o débito das unidades
escolares chegava próximo aos R$ 10 mil. Diante de tal situação, os
eletricistas da Prefeitura estariam realizando religações irregulares, a
mando dos secretários Ivan Torres e Francimar do Vale.
A prática foi confirmada por diretoras
de escolas ouvidas pela Promotoria. Elas relataram que, em algumas
escolas, ao fazer novos cortes, os funcionários da Cemar chegaram a
retirar a fiação das unidades. Além disso, a Escola Municipal Castro
Alves teria sofrido um princípio de incêndio por conta das ligações
elétricas precárias.
Para a promotora de justiça Fabiana
Santalucia Fernandes, é clara a total ilicitude das condutas adotadas
pelos secretários, que além de violar a lei, “colocaram em risco a vida e a segurança de vários estudantes deste município”.
PENALIDADES
Na Ação Civil Pública, o Ministério
Público requereu a decretação do afastamento cautelar dos secretários de
seus cargos. Além disso, foi pedida a condenação de Ivan do Nascimento
Torres e Francimar Vieira do Vale por improbidade administrativa. Entre
as penalidades previstas estão a perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de três a cinco anos e a proibição de contratar ou
receber benefícios do Poder Público pelo prazo de três anos.
Já na esfera penal, a conduta dos
secretários configura o crime de furto qualificado em concurso material
(quando envolve duas ou mais pessoas), cuja pena prevista é de reclusão
de dois a oito anos, e multa.
“Em vez de adotar
providências para adimplemento das dívidas, Ivan do Nascimento Torres
passou a ordenar a realização de ligações clandestinas nas unidades
escolares atingidas, com o auxílio direto e indispensável de Francimar
Vieira do Vale, o qual, na condição de chefe imediato dos eletricistas,
ratificava a ordem para a realização das ligações clandestinas”, explicou Fabiana Santalucia.
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