O 2° Tribunal do Júri de São Luís julga nesta segunda-feira (19)
Raimundo Nonato do Carmo Santos, acusado de matar atropelada a esposa
Luciene dos Santos Lima. O crime ocorreu no dia 31 de janeiro 2017, na
frente da residência do casal, na Vila Natal, em Pedrinhas. O julgamento
será presidido pelo juiz Gilberto de Moura Lima e começa às 8h30, no
Fórum Des. Sarney Costa (Calhau).
A sessão de júri integra a pauta
da 14ª Semana do Programa Nacional Justiça pela Paz em Casa, que incia
nesta segunda (19). No Maranhão o evento é organizado pela Coordenadoria
Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar
(CEMULHER) do Tribunal de Justiça do Maranhão. Em São Luís, haverá mais
duas sessões de júri de homicídios contra mulheres, na quarta e
sexta-feira (21 e 23), no 3° Tribunal do Júri, além de 240 audiências na
1ª Vara da Mulher (19 a 23) .
Feminicídio – segundo a denúncia do
Ministério Público, no dia 31 de janeiro de 2017, por volta das 18h40,
na Vila Natal, em Pedrinhas, Raimundo Nonato do Carmo Santos, motivado
por razões da condição do sexo feminino da ofendida, envolvendo
violência doméstica e familiar, matou por atropelamento a sua esposa
Luciene dos Santos Lima. O crime ocorreu em frente à residência do
casal.
Consta nos autos que o denunciado, após discutir com a
esposa, procurou sair residência com seu carro. A vítima, tentando deter
o marido, aproximou-se do veículo, desequilibrou-se e caiu, e o acusado
passou com o carro por cima da mulher por duas vezes.
Ele foi
pronunciado por incidência comportamental do art.121, § 2º (homicídio
qualificado), incisos III (com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum), c/c § 2º-A, inciso I (considera-se que há razões
de condição de sexo feminino; quando o crime envolve violência
doméstica e familiar) do Código Penal.
Segundo depoimento do filho
do casal, contante no processo, a vítima tentou abrir a porta do
passageiro, mas acabou se desequilibrando e caindo na frente do veículo,
momento em que o pai, que já estava com o carro ligado, passou por cima
da vítima por duas vezes, mesmo diante dos gritos para que o acusado
parasse o carro. Disse que o denunciado saiu do local, sem prestar
socorro à esposa.
Ouvido na delegacia, Raimundo Nonato do Carmo
Santos disse que se desentendeu com seu filho que usava uma caseira e,
por esse motivo, o denunciado se retirou da residência. Segundo ele,
quando a esposa se aproximou do carro, acidentalmente o réu passou por
cima das pernas da vítima com o veículo.
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