Inúmeras ações ordinárias e mandados de segurança com pedido de
liminar têm sido impetrados na comarca de Caxias desde 2016 por alunos
de cursos de medicina de faculdades privadas e de universidades
estrangeiras que alegam problemas de saúde para obter transferência para
o curso de Medicina da Universidade Estadual do Maranhão em Caxias. Com
base nesses argumentos, a Justiça tem concedido liminares determinando
que a UEMA matricule essas pessoas.
“Essa argumentação é totalmente ilegal, já que existe uma lei federal
que trata do assunto e determina que somente funcionários públicos
federais e estaduais, caso sejam transferidos a bem do serviço público,
tanto eles quanto seus dependentes, têm direito a vaga em uma
universidade congênere à que eles já estudam”, ressalta César Pires.
Segundo relatos de professores e líderes estudantis da UEMA emCaxias,
há casos de alunos de universidades estrangeiras (Bolívia, Uruguai,
Paraguai, Argentina) que também buscam a Justiça para burlar a lei e
conseguir transferência para o curso de Medicina.
Indira Odete Amorim, presidente do Centro Acadêmico de Medicina da
UEMA, afirma que essas transferências de alunos por decisão judicial vêm
sobrecarregando o curso de Medicina em todos os aspectos, tanto
estrutural quanto em recursos humanos, e prejudicando a qualidade do
ensino.
“As turmas normais têm 35 alunos e estão superlotadas com as mais de
20 pessoas que já ingressaram por decisão judicial, as aulas práticas em
laboratório e os estágios, por exemplo, ficam inviabilizados”, enfatiza
o deputado.
César Pires concluiu alertando que essa questão precisa ser
urgentemente revista, sob pena de afetar seriamente a qualidade do
ensino e a formação acadêmica dos alunos do curso de Medicina da UEMA em
Caxias.
“É preciso garantir o devido processo de seleção dos alunos,
assegurando acesso à universidade àqueles que comprovarem conhecimento
para obter vaga em um curso que tem a enorme responsabilidade de formar
profissionais que vão cuidar da saúde das pessoas”, finalizou.
Na própria Assembleia Legislativa já se comenta a possibilidade de uma CPI para apurar o assunto.
É aguardar e conferir.
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