A PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) do Maranhão converteu em
procedimento investigatório criminal uma notícia de fato que apura a
acusação de ocorrências de escutas e monitoramentos ilegais a diversas
autoridades por suposta determinação do secretário estadual de Segurança
Pública, delegado Jefferson Portela.
A decisão foi tomada nesta semana, no bojo da investigação aberta
pelo Parquet após representação formulada pelo deputado federal Edilázio
Júnior (PSD-MA), com base em declarações do ex-chefes da Seic
(Superintendência Estadual de Investigações Criminais) e do DCCO
(Departamento de Combate ao Crime Organizado), respectivamente, Thiago
Mattos Bardal e Ney Anderson Gaspar.
O procedimento foi colocado sob sigilo.
Como Portela integra o primeiro escalão do Palácio dos Leões, os
levantamentos estão sendo feitos pela Assessoria Especial de
Investigação da PGJ-MA, privativa para apurar atos ilícitos praticados
por agentes políticos detentores de foro por prerrogativa de função.
Com a conversão da apuração em inquérito, inclusive, conforme
requerido por Edilázio Júnior, aumenta a iminência de que seja pedido ao
Poder Judiciário o afastamento imediato de Jefferson Portela do cargo,
para evitar eventual embaraço às diligências que serão efetuadas; e uma
auditoria no sistema Guardião, que teria sido utilizado, segundo Thiago
Bardal e Ney Anderson, para os supostos atos ilícitos.
Portela, desde o início, tem negado todas as acusações.
Apesar do avanço das investigação sugerir que, de fato, houve a
espionagem, até o momento, o governador Flávio Dino (PCdoB) segue se
omitindo a tratar publicamente sobre o assunto.
Em meio ao silêncio do comunista, há ainda uma outra investigação na
Assessoria Especial da PGJ sobre o mesmo caso, também sob sigilo, aberta
por solicitação do desembargador Joaquim Figueiredo, presidente do
Tribunal de Justiça do Maranhão, mas restrita às supostas escutas e
monitoramento de desembargadores da corte.
Em relação a esta, há cerca de uma semana, a Comissão de Segurança e
Combate ao Crime Organizado na Câmara dos Deputados aprovou a vinda do
colegiado ao estado para ouvir o procurador-geral de Justiça, Luiz
Gonzaga Martins Coelho, a respeito.
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