Um policial penal foi preso suspeito de torturar e estuprar detentas na Penitenciária Feminina Adalberto de Moura Santos, em Picos (distante 315 km de Teresina).
O cumprimento do mandado de prisão preventiva aconteceu nesta quarta-feira (11) e foi motivado pelas investigações realizadas pela Delegacia de Defesa dos Direitos Mulher do município. O policial foi identificado apenas pelas iniciais J. P de O.
De acordo com a Delegacia de Defesa dos Direitos da Mulher de Picos (DEAM), as investigações do caso foram iniciadas no mês de agosto, após uma detenta egressa do sistema penitenciário registrar Boletim de Ocorrência, noticiar ter sido estuprada pelo suspeito.
“Essa investigação se iniciou após a minha chegada na DEAM de Picos, em agosto. Poucos dias após eu assumir a titularidade da Delegacia, uma das vítimas, uma das detentas, que já estava egressa do sistema penitenciário nos procurou, registrou Boletim de Ocorrência para noticiar os fatos. Inclusive, ela própria noticiou que havia sido vítima de abuso sexual, crime de estupro. Diante desse fato, instauramos um inquérito policial para investigar e demais vítimas”, explica a delegada, Robiane Nunes
Robiane Nunes revelou que durante as investigações o suspeito foi interrogado, negou os crimes de tortura/castigo e estupro. No entanto, após o interrogatório voltou a praticar o crime de tortura.
“Vale ressaltar que a tortura continuou existindo depois das investigações, mesmo após ter interrogado e negado os fatos. Após ter sido interrogado, ele continuou a praticar os crimes de tortura. A tortura é que ele aplicava penalidades para as detentas que elas não mereciam ou penalidades mais graves do que caberia naquele caso como isolar, usar spray de pimenta”, pontuou a delegada.
Procurada, a Secretaria de Justiça informou que ainda não foi notificada oficialmente sobre as denúncias contra o policial penal.
"A Secretaria de Justiça informa que, acerca da prisão preventiva de um policial penal, lotado na Penitenciária Feminina de Picos, decretada nesta quarta-feira (11), ainda não foi notificada oficialmente dos fatos. Tão logo seja informada das circunstâcias da ocorrência, tendo em vista as investigações correrem em sigilo, a Sejus se posicionará sobre o episódio e tomará as providências cabíveis", diz a nota da Sejus.
A prisão
Foram 10 meses de investigação que culminaram na prisão do suspeito, J.P. de O. O mesmo foi preso durante o plantão no final da tarde de ontem e não ofereceu resistência, foi colaborativo.
O suspeito se encontra preso na Central de Flagrantes, aguardando a audiência de Custódia.
J.P. de O. era policial penal na Penitenciária José de Deus Barros. Em razão de problemas administrativos, foi lotado na Penitenciária Feminina desde 2018.
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