O tempo abriu, e o volume de água baixou nas ruas de Barreirinhas, é o que mostram as marcas nas paredes das casas deixadas pela água. Mas as consequências das chuvas intensas que atingiram Barreirinhas nas últimas semanas ainda afetam, pelo menos, 15 bairros.
O município ainda conta com algumas ruas alagadas. Segundo os moradores, o nível da água chegou a mais de um metro, invadindo praticamente todas as casas de uma rua de um dos bairros da cidade. Até mesmo uma escola suspendeu as aulas e está fechada devido ao alagamento.
Na casa da lavradora Maria José ainda estão as marcas do alagamento. Ela conta chegou a perder móveis e eletrodomésticos por causa da água.
“Eu perdi uma cama, perdi um guarda-roupa, perdi um rack. A minha casa tá cheia de lama”, disse a moradora.
Para um outro morador, o problema maior é a falta de drenagem do local e de atenção das autoridades.
“Estamos aí passando por uma situação de calamidade. Infelizmente, falta drenagem, falta atenção e competência das pessoas que têm o poder de fazer alguma coisa dentro da cidade”, afirmou Rogério Carvalho, técnico de segurança, que também está com a casa alagada.
O Secretário Municipal de Obras e Serviços Públicos de Barreirinhas, Jorcelan Pereira, reconheceu os desafios enfrentados devido aos alagamentos na cidade decorrentes das chuvas.
"Sabemos que são muitos os levantamentos que têm que ser feitos, nós já estamos executando alguns, já deveríamos ter executado em outros locais, mas as chuvas estão complicando um pouco. Mas baixando agora o período da chuva e começando a estiagem vamos resolver o problema lá, se Deus permitir", explicou.
Desde quarta-feira (8), a Prefeitura de Barreirinhas colocou motor-bomba em algumas ruas da cidade para tentar amenizar a situação. Cerca de 150 família saíram de suas casas por causa das inundações e buscaram abrigo nas casas de parentes.
Os acessos à zona rural de Barreirinhas também estão comprometidos. Ao menos 15 pontes estão submersas. As estimativa da prefeitura é de que nessas áreas mais de 300 famílias tenham sido atingidas diretamente pelas consequências das chuvas.
"A situação hoje é grave, até porque nós tivemos ao longo do tempo muita chuva. Os últimos dois dias nós tivemos uma lâmina d'água que proporcionou um desastre muito maior que as nossas expectativas", informou Francisco Soares, secretário municipal de Segurança Cidadã de Barreirinhas.
No fim da tarde dessa quinta-feira (9), a Defesa Civil atualizou o número dos danos humanos por causa das chuvas no Maranhão, são 1.031 famílias desabrigadas, 2.909 desalojadas e uma morte em virtude das chuvas no Estado. 30 municípios maranhenses seguem em estado de emergência.
Assista aqui a íntegra da reportagem de Regina Souza, da TV Mirante.
O que diz o governo do Estado
Nas redes sociais, o governador do Maranhão, Carlos brandão, informou que, neste momento, nenhuma cidade do Maranhão está coberta por águas, conforme a Coordenação de Proteção e Defesa Civil e que todas as famílias que estavam desabrigadas já retornaram para suas casas.
"Temos 30 municípios em situação de emergência, em que a própria gestão municipal consegue atuar, e os decretos municipais têm período de seis meses de duração; apenas um município decretou estado de calamidade pública, Santa Inês, em razão de uma rodovia federal ter sido cortada. A cidade recebeu todo apoio do governo federal e do nosso Governo do Maranhão", informou o governador.
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